quinta-feira, 7 de abril de 2011

Morrem os sonhos, morre a mística do Brasil, morrem pessoas, morrem pessoas. Temos no agora o tempo de rasgar as máscaras

Estou estarrecido com o que aconteceu. Minha sobrinha, estudante de uma Escola de Maceió. 10 anos, um coração enorme, sonhos, boa vontade em ajudar as pessoas, mesmo que em troca receba algum tipo de violência. E se fosse ela? penso assim e meu coração se entristece mais do que o normal, porque quero olhar na cara de todos, e entender o porque de não reagirmos contra a vida medíocre que vivemos. Quantos idiotas meu Deus, que ainda vão se concentrar no ódio sem nexo humano de um assassino sem futuro e sem perspectivas humanas. Até quando o fingimento resolve as coisas? até quando deixaremos para amanhã a necessidade de resolver as tristezas do coração da sociedade, e do nosso próprio coração? Quantas fachadas, quanta mediocridade, quanto fingir que não é com você, que não é da sua conta! É este o rapaz culpado pela loucura? Qual o preço de sua cabeça, que certamente acalmará o seio dos sequiosos por justiça, por resposta violenta à violência?

Já esta semana, em plena segunda-feira, fui silenciado pela notícia do assassinato do pai de um aluno meu. Fiquei sem reação no momento que sua mãe chegou com ele e falou: "Ele não vai poder vir hoje à tarde, porque mataram o pai dele ontem à noite". Estarrecido, fiquei sem palavras, e senti um aperto no peito como se ele fosse meu filho, e eu fosse o pai vitimado pela violência.


A sociedade, a vida, os amores, o trabalho, o lazer, enfim, tudo o que conhecemos como certo, real e verdadeiro perde o sentido. Como sorrir.


Isto é mundo, isto é o que fazemos dele. Os loucos só se criam onde existe ignorância. Eles se alimentam disso para tornarem a vida mais bárbara do que já é. Estou no aguardo de pessoas que possam e queiram conversar mais do que um oi e um não quero falar sobre isso.