Eis um poeminha de ônibus, escrito a caminho do curso noturno.
Maiêutica
Num gole de ar
senti-me, provei-me, gostei-me
num simples gole de ar
o sabor da simplicidade,
o sabor do que existe,
o sabor de mim mesmo.
Um pouco de doçura
entre os dias de azedume.
E assim, delicadamente,
fui sorvendo o ar rarefeito das tristezas
em pequenos goles,
transformando-as maquinalmente
para não me engasgar
com aquelas mais graúdas.
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